Deus e o Toxoplasmose Gondii


O Toxoplasmose Gondii é um protozoário parasita intracelular do grupo apicomplexa como o plasmodium da malária. Possui três formas infectantes em seu ciclo de vida: oócitos, bradizoítos contidos em cistos e taquizoítos. O toxoplasma só pode reproduzir se as formas excretadas nas fezes dos gatos forem ingeridas por animais caçados por gatos. Se for ingerida por seres humanos, a sua reprodução se torna inviável, uma vez que só no intestino dos felídeos o protozoário se replica dando origem a várias gerações de toxoplasma através da reprodução assexuada.

Os gametas masculinos e femininos descendem do mesmo parasita e fundidos dão origem ao zigoto que após segregar a parede cística dá origem ao oócito que é expulso aos milhões junto com as fezes. Já no exterior sofre divisão meiótica formando dois esporosítos cada um com quatro esporozoítos. Uma forma altamente resistente a desinfetantes e pode durar até cinco anos em condições úmidas. Estas podem ser ativadas em taquizoítos se forem ingeridas por mamíferos, que passam a ser hospedeiros. Os taquizoítos podem se infectar e replicar em todas as células dos mamíferos, exceto nas hemácias. Uma vez ligada à célula penetra-a, forma um vacúolo parasitóforo dentro do qual se divide. A replicação do parasito continua até que seu número no interior da célula atinja uma massa crítica provocando sua ruptura e liberando parasitos que irão afetar as células adjacentes.

Algumas destas formas produzem oócitos contendo muitos bradizoítos ocorrendo em muitos órgãos do hospedeiro persistindo no SNC (Sistema nervoso central) e nos músculos. A toxoplasmose pode ser adquirida pelo ser humano através da ingestão de água ou alimentos contaminados com oócitos esporulados. Pode ser transmitida congenitamente, ou seja, da mãe para o feto, mas não de pessoa para pessoa. Os pássaros, ratos, coelhos e as cabras são os animais mais propensos à infecção. O ciclo só se completa se o animal infectado for caçado e devorado por um felídeo, aí os cistos libertam os parasitos dentro do seu intestino infectando o novo hóspede definitivo.

A ciência já identificou as causas e os efeitos da toxoplasmose no organismo dos hospedeiros. Os cistos crescem e podem afetar negativamente as estruturas em que se situam, mais freqüentemente músculos, cérebro, coração e retina, podendo levar a alterações neurológicas, problemas cardíacos ou cegueira.

Os ratos infectados pela Toxoplasmose Gondii ficam mais lentos, com visão parca e eufóricos. Por achar que podem, se tornam presas fáceis para o gato. Causas inteligentes são necessárias para explicar as complexas e ricas estruturas da biologia e que estas causas são empiricamente detectáveis. Aos criacionistas, não adianta tentar justificar estas e outras estruturas complexas da biologia dando estes créditos ao DI (Design inteligente). O DI é uma forma moderna do tradicional argumento teológico sobre a existência de um Deus modificado para evitar especulação a respeito da natureza ou identidade do criador por um processo não direcionado como a seleção natural.

Não existem meios para dimensionar a ignorância.

Comentários

Mariani Lima disse…
A ciência exclui Deus?
A evolução e a inteligência existente na conservação da espécies exclui Deus?
A evolução o mundo exclui Deus?
Talvez exclua a definição de Deus de alguns. Para os que acreditam em um Deus criador, insondável e perfeito, todas essas coisa só servem para colaborar para a crença de que há uma inteligência superior que rege e impulsiona todas as coisas. Não vejo ignorância alguma no simples que acredita em Deus. Vejo maior ignorância naquele que sabe muito e não consegue compreender o simples. Deus precisa ser adaptado realmente, pois nós o temos em baixa conta, o vemos através de lentes estreitas e falhas. A medida que o mundo se expande e a ciência aumenta, poderemos ter um panorama maior de sua grandeza.
(Essa é a minha visão simples, porém com grande respeito à sua)
Bjs... e fique com Deus!
Mariane Lima,gostei da contestação.
A evolução natural do mundo não exclui Deus.A inteligência existente na conservação e evolução das espécies, dos vírus ou dos parasitas não exclui Deus. A ciência, por ser refutáve, lhe é indiferente, não tenta explicar nem negar sua existência. Não é Deus que precisa ser adaptado, nossa concepção a seu respeito é que precisa ser refeita.A igreja dá o nome de Deus a uma figura que criou o mundo há 6000 anos, ditou conceitos publicados num livro denominado bíblia com várias controvérsias sem explicar esta inteligência superior a que você se refere.
Neste ponto você concorda comigo, pois esta inteligência superior eu também procuro.A compreensão do simples é relativo. O que pode ser simple para você, pode ser complicadíssimo para mim, por exemplo, a bíblia, o cristianismo, o fundamentalismo.Já provei que também respeito sua opinião.
Abraços mil.
Mariani Lima disse…
Viu, até que em alguma coisa concordamos.(rs...) Acho consigo me comunicar com os que pensam diferente de mim, pois não faço imagem de Deus para mim. Acho que ele é mesmo insondável. Na minha vivência com ele já aprendi a não defini-lo e nunca esculpi-lo, mas apenas acreditar e receber sua resposta sempre certa. Sei que a religião não é Deus e não a idolatro.
Altamirando, sei q me respeita a opinião. Se não achasse não teria vindo aqui novamente. E respeito a sua também e gosto de aprender com vc ( como já disse antes)
Abraços.
Fique com Deus!
Juci Barros disse…
Sempre polêmico rsrs.
Beijos.
Sempre tento fazer um exercício no qual me vejo compreendendo o mundo sob a óptica do desenho inteligente. Neste mundo, planejado por um ser superior, todas as coisas seriam criadas “inteligentemente” para um propósito.
Não é difícil encontrar um propósito para a existência das abelhas, das aves, do vento, do sol, da chuva e de todas as coisas que consideramos boas.
As dificuldades começam Altamirando, quando tentamos conceber o propósito do desenho inteligente para o toxoplasma, para os vírus, para a cólera, etc.
Existiriam dois desenhistas? Um para coisas boas e outro para as ruins? Será que as coisas ruins foram desenhadas para testar nossa fé?
Bom, com a palavra os criacionistas.

Considero-me pouco informado sobre o criacionismo.

Abraços,

Luiz
Luiz, é sempre um prazer tê-lo aqui.
Eu acredito que o DI não se materializa na imagem de vários desenhistas. O propósito da criação de todos os elementos e sêres se fundem fazendo com que um se jutifique no outro como a importância das abelhas na polinização das flôres, a importância das aves na proliferação das plantas, a importância dos ventos no gradiente de temperatura e na reprodução vegetal e na importância do sol em todo este contexto.
Você separa o toxoplasma, o cólera, a malária e outros vírus como se fôssem a criação proposital de outro desenhista malígno. Se assim fôr, em minha concepção, o homem está inserido neste propósito e não no que você considera do bem.
Quem fêz isto não tentou testar fé e o Espírito Santo não inspira criacionista a refutar ciência.
Ótima postagem. Agora que descobri o "google reader" poderei acompanhar seu blogue em "tempo real".

Abraços.
Altamirando: tomei a liberdade de reproduzir seu texto no meu blogue: http://ateismoxteismo.blogspot.com/
Enéas, você pode me explicar o que significa "google reader"?
Felipe disse…
Agora a mais nova moda, numa época em que a fé institucionalizada perde cada vez mais seu espaço, é falar de um Deus não como entidade milagrosa a qual alcançamos numa determinada instituição; mas como um ser criador, perfeito e etc. Ou seja, não é mais identificado com mandamentos na maioria das vezes mas ainda é identificado com a criação e a cuposta perfeição da mesma. Mas se formos olhar para a natureza sem querer que exista um Criador, vamos encontrar vários motivos para questionar a sua perfeição e bondade (do Criador): veja por exemplo a vespa-jóia, que transforma a barata num zumbi e coloca seus ovos em seu corpo, fazendo a barata sofrer durante dias com as pequenas vespinhas saindo e comendo aos poucos a barata, imóvel, impotente. Isso é coisa de um deus bondoso? Perfeito? Acho que não. http://nerdworkingbr.blogspot.com/2010/08/invasores-de-corpos.html
guiomar barba disse…
Você pode negar o criacionismo e tem toda liberdade, mas não rotule de ignorante quem pensa diferente de você. Afinal um dia você pode fazer a oração do Nietzsche,

"Ao Deus Desconhecido"

Antes de prosseguir o meu caminho e lançar o meu olhar para a frente, uma vez mais elevo, só, as minhas mãos a Ti na direção de quem fujo.

A Ti, das profundezas do meu coração, tenho dedicado altares festivos para que, em cada momento, a Tua voz me pudesse chamar.

Sobre estes altares estão gravadas em fogo estas palavras:
“Ao Deus desconhecido".

Teu, sou eu, embora até ao presente me tenha associado aos sacrilégios.

Teu, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo.

Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servir-Te.

Eu quero conhecer-Te, desconhecido.

Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a minha vida.

Tu, o incompreensível, mas meu semelhante, quero conhecer-Te, quero servir-Te só a Ti.”

Abraço.
Guiomar Barba,eu não rotulo de ignorante quem pensa diferente de mim, pois ninguém pensa igual a ninguém e cada um segue seus diferentes preceitos. Daí eu não julgo aos outros, ademais carece de poder. Rotulo de ignorante o fundamentalismo acintoso por falta de conhecimento e aqueles cuja crença os faz cego. Já existe fonte de informaçãoao ao alcance de todos.
Acredito que nunca farei a oração de Nietzche.

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